quinta-feira, 21 de setembro de 2017

ÁFRICA EM FOCO: REINO DO CONGO SÉCULO XV

ÁFRICA EM FOCO: REINO DO CONGO SÉCULO XV: Foto: Internet Sabemos que muitas etnias africanas vieram para o continente do Novo Mundo e uma delas foram os Congos, mas em prime...

REINO DO CONGO SÉCULO XV



Foto: Internet
Sabemos que muitas etnias africanas vieram para o continente do Novo Mundo e uma delas foram os Congos, mas em primeira instância será tratado aqui um pouco a respeito desses povos em um Reino, o Reino do Congo que no início do século XV suas terras  abrangiam os territórios que hoje em dia são ocupados pelo norte de Angola, sul da República do Congo e Sudeste da República Democrática do Congo.
De acordo com uma tradição do final do século XIII os bacongos, que eram os povos que ocupavam o vale do rio Congo em meados do mesmo período e formavam o Reino do Congo, que por sua vez eram unificados e fortes até a chegada dos portugueses no século XV. Esses povos se sobrepuseram a outros povos menores.

Um herói lendário desse reino Nimi-a-Lukeni expandiu os domínios através da submissão de chefes locais por meio de guerras, alianças e extração de tributos e com isso acabou assumindo o título de mani Congo (senhor do congo) e edificou seu palácio na localidade Mbanza Congo e deu cada área conquistada a um membro de sua linhagem.
Foto: Internet

Sob sua liderança as regiões conquistadas foram transformadas em províncias que por sua vez, cada uma delas controlava várias aldeias que conservavam o poder familiar que as tinham fundado, para não afrontar as tradições que naquela região já existiam.

A economia era baseada na caça, pesca e colheita de alimentos feitas pelos homens que também abriam clareiras na mata para o cultivo agrícola com suas ferramentas. Porém, a agricultura, desde a semeadura até estarem prontas para a colheita eram feitas pelas mulheres. Eram cultivados legumes, tubérculos (batata-doce), frutas , tais como: banana, laranja, figo e ameixa e os cereais como sorgo. Era também função feminina a criação de carneiros, cabras, galinhas e bovinos. Além dessas atividades, os congos também se dedicavam ao artesanato , forjavam o ferro para a elaboração de ferramentas  e armas e, teciam panos coloridos com folhas de ráfia, que eram as fibras da palmeira que são usadas geralmente para a confecção de sacos para o transporte de pequenas cargas.

O comércio dos congos era intenso, pois as caravanas partiam da capital para o interior buscar e levar os produtos, especialmente o Ferro, o sal e o gado e os preços eram fixados pelas autoridades. As aldeias (lubatas) e as cidades (mbanzas) pagam tributos , os que habitavam o nordeste pagavam com alimentos e tecidos de ráfia; da costa e do sul com sal; os do sudeste com o cobre; os da ilha de Luanda, com nzimos que era um espécie de concha marinha que servia como moeda e era pescada na própria ilha.
Foto:Internet

Logo, no decorrer desse pequeno texto pode-se perceber que aqueles que foram conhecidos na América portuguesa como somente sendo um povo escravizado sem história, não imaginavam muitas vezes que estes eram reis e rainhas nas regiões que habitam e que por trás da corrente da escravidão escondiam uma rica cultura e história.

 Fone: Livro: História sociedade e cidadania

domingo, 17 de setembro de 2017

IORUBÁS E SUA MITOLOGIA



Os Iorubás são um dos mais importantes, pois até os dias de hoje têm influência na formação cultural brasileira, por isso quando os estudamos passamos compreender um pouco sobre a nossa História. Mediante a essa importância, será apresentado nesse texto um pouco de seus costumes, tradições, dentre outros aspectos. Vamos embarcar nessa viagem e conhecer um pouco mais dessa rica cultura!Esse grupo é um dos maiores grupos étnicos da República da Nigéria e habitam o oeste do país, em regiões da República de Benin e do Togo. Sua história está além da África, abrange as Américas, principalmente de Cuba e do Brasil. Sua Mitologia nos auxilia na compreensão da História do povo. A seguir será transcrito o Mito dos Iorubás que chegou até o Brasil através das tradições orais.

As origens dos Iorubás narradas a partir da tradição oral:




“Em um tempo imemorável a Terra não existia, era uma região coberta apenas por água e pântanos, um lugar desabitado e inóspito. Porém, certa vez, o criador dos orixás, Olorun, mandou chamar à sua presença seu filho mais velho, chamado Obatalá. Eram tempos de transformação e o senhor supremo do cosmos ordenou a criação de um mundo abaixo do seu. Para executar a tarefa, Obatalá recebeu um saco com terra e uma galinha com pés de cinco dedos. No dia criação Obatalá e seus Imalés iniciaram a jornada até o local escolhido para criar a Terra. Seus destino final estaria além das fronteiras do Orum, sendo preciso a permissão de Eshu (Exú), o senhor dos caminhos, das fronteiras e da comunicação, para atravessar tais limites. Obatalá, porém, havia se esquecido da oferenda de Eshu, que ofendido com o ato lançou sobre este um de seus feitiços. Uma sede terrível dominou Obatalá, que com seu cajado, o opaxorô, tocou em um dendezeiro que começou a verter vinho de palma. O orixá embriagou-se e adormeceu. Odudua acompanhava tudo de perto. Após se certificar que Obatalá adormecera, Odudua apanhou o saco de terra e galinha e foi procurar o pai de todos os orixás para contar o ocorrido. Vendo que Odudua falava a verdade, Olorun entregou a ele a tarefa de criar o mundo. [...] Nesse momento ritou Ilè nfé! Naquele local surgiria a primeira cidade que seria o “umbigo” do mundo, chama de Ifé, cuja a população descenderia de Odudua.[...]

Os africanos acreditam que existe em torno da criação da Terra uma rivalidade entre os orixás Obatalá e Oddua, cujas disputas revelariam interesses políticos entre os líderes de “carne e osso”, com esses mesmos nomes que do início da história dos iorubas.
Abordou-se aqui somente um pequeno texto a respeito de uma grande e antiga historia, rica em cultura e detalhes que influenciaram para o enriquecimento da cultura de outros povo.

Fonte: Livro História, Sociedade e Cidadania


domingo, 10 de setembro de 2017

OS POVOS BANTOS



Foto:Internet
Todos nós já ouvimos ou estudamos sobre os Bantus e sabemos que muitas etnias desse grupo foram trazidos para o Brasil. A palavra Bantu (Banto) é usada para definir o grupo de pessoas que habitam regiões do Centro-Sul da África – Ntu quer dizer ser humano mais o prefixo Ba que significa plural, ou seja, Bantu significa pessoas, seres humanos  - e era um termo usado por esses povos para autoidentificar.

Como foi dito acima, esses povos viviam e vivem na região Sul de Sahel e têm por língua de origem bantu. No ano de 1500 A.C acredita-se que eles imigraram da região, que hoje é a República de Camarões, e se espalharam pela África domesticando plantas e animais. 

Dominavam agricultura e as técnicas de produção de ferro que era usado para a fabricação de ferramentas de trabalho e armas de guerra e com isso acaram ficando em vantagem em relação a outros povos que não dominavam essas técnicas com ferro.
Foi entre a foz do rio Zaire ao norte, e a foz do rio Kwanza nas terras que abrangem a República Democrática do Congo, a República Popular do Congo e a República de Angola, que nasceram importantes formações políticas bantu, entre elas o Reino do Congo, que sua estrutura e formação política será abordado em outro post.

Foto:Internet
A História também nos apresenta que muitos foram os negros desse grupo que foram trazidos para o Brasil. De acordo com historiadores como, David Eltis e Hebert Eltis esses africanos eram na maioria das vezes de origem do Congo e de Angola e falantes das línguas de matiz Bantu. Isso explica o motivo de muitas palavras do português brasileiro terem sido influenciadas por essa língua africana. Em outro post serão apresentadas um pouco dessas palavras.

No Brasil a cultura dos bantus está presente na capoeira, no jongo, no congado e entre outras manifestações culturais. Personagens importantes da música brasileira, como Nei Lopes e Martinho da Vila se debruçaram em pesquisar e compor letras que falem sobre a cultura de origem africana.

Nei Lopes nasceu em Irajá no Rio de Janeiro, é Bacharel em Direito, compositor e cantor e também um pesquisador da das culturas de cunho africanas.  Em seu trabalho como escritor, escreveu diversos livros sobre esse assunto, entre os quais: “Dicionário da Antiguidade Africana” e “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana”. No ano de 1981, em paralelo à música, também se dedicou às pesquisas de temas africanos que estão relacionados à História, Filosofia e Literatura. Na música assinou alguns dos sambas que representam o gênero, tais como: “Um sorriso Negro”, “Afrolatinô”, “Ginga”,” Angola” e “Primo do Jazz”. Foi através de seus trabalhos que estreitou laços que ligam a África ao Brasil.

Foto:Internet
Outro personagem conhecido das músicas brasileiras é Martinho da Vila, nasceu em Duas Barras e quando ainda era menino mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. No ano de 1969 lançou seu primeiro álbum “Martinho da Vila” que o fez ficar conhecido. Nesse mesmo ano entrelaçou a sua história à da escola de Samba de Vila Isabel, sua escola de coração, compondo então vários sambas-enredo e foi por conta de  suas composições, como por exemplo, “Kizomba”, a Festa da Raça que a escola foi campeã no carnal de 1988.

Mediante a esse pequeno texto, pode-se perceber que a cultura Africana é muito rica e acrescentou e acrescenta na nossa cultura brasileira. Posteriormente, será tratado um pouco mais a respeito de alguns músicos brasileiros que têm seus trabalhos ligados à África e ao seu povo.


domingo, 3 de setembro de 2017

A FORMAÇÃO POLÍTICA, ASPECTOS FÍSICOS E COMÉRCIO AFRICANO


Pintura Rupestre sítio de Mali
Foto: Livro
Falando um pouco mais sobre o continente Africano, dentro da História que aprendemos na escola, nos livros, sabemos que os europeus do século XIX já conheciam muito bem esse continente, entretanto não todo. A região que mais lhes era familiar era a da África Mediterrânea, já a região subsaariana era um grande ponto de interrogação, nos mapas da época eles a chamavam de Terra incógnita. Logo, todo esse desconhecimento, junto com as questões racistas fizeram com que esses europeus criassem visões estereotipadas e preconceituosas da África, como por exemplo, África como um continente sem história. Sabemos hoje, o que mais tem a África é história, como foi dito no post anterior, foi uma região que teve influência em vários lugares pelo mundo, inclusive o Brasil.

Dupla de griôs: um músico e uma cantora
foto: livro
Outra questão interessante são os aspectos físicos e o comércio do continente. O deserto do Saara está situado entre o Atlântico e o Mar vermelho a leste e atravessa o rio Nilo. A longa extensão de terras que vai do Atlântico até o Mar Vermelho ao sul do deserto é chamada de Sahel é formado pelas savanas e o cerrado. Os povos que habitavam o Saara eram os nômades chamados Berberes, que eram como os azenegues e tuaregues, controlavam as rotas comerciais que iam do Sahel ao norte africano. Já na região oeste e sul estavam os povos negros conhecidos como sudaneses, tais como, bambaras, os fulas , os mandigas, os hauças, entre outros.

O antigo comércio pelo Saara acontecia entre os povos negros do Sahel, norte africanos e os da bacia do Mediterrâneo e incluía pessoas escravizadas. Com a utilização do camelo no século IV, que foi um animal adaptado ao clima desértico, facilitou o comércio transaariano, quando passou a ser utilizado para o transporte de mercadorias e pessoas pelo deserto.

Mulher de etnia Mandinga seus cabelos
enfeitados com cauri
Foto: Livro
Outro pontos  importante para abordar são os aspectos dos impérios, tais como,Impérios do Sahel que a partir da expansão árabes muçulmanos no norte, os povos berberes do deserto foram islamizados e acabaram disseminado os islamismo entre os povos negros da África Ocidental e em alguns casos acabou se mesclando com religiões tradicionais o que acabou ocorrendo uma africanização do islamismo e com isso acabou se formando dois impérios de Gana e de Mali.

O Império de Gana estava situado no ocidente africano e era conhecido como o “Terra do ouro” por conta da quantidade de ouro que circulava por sua região. Era só um tempo e o nome do reino estava atribuído ao governante, que por sua vez, tinha o título de gana.
Dentre os que trabalhavam no império havia os que eram encarregados da  justiça , controlar o tesouro e guardar as armas. Tinham também os sacerdotes que realização os cultos e uma divindade-serpente (wagadu-ida) que protegia a dinastia reinante. A sucessão do trono era matrilinear, ou seja, se os filhos sucediam os pais, os sobrinhos sucediam os tios.
Mulher de etnia mandinga carregando
uma criança
Foto: Livro

Os habitantes dessa região praticavam agricultura, a pesca e o comércio, porém os ganhos principais  estavam ligados a cobrança de impostos dos povos dominados.
Já o império do Mali teve sua origem nas terras localizadas entre os rios Senegal e Níger que e era habitado pelos povos mandingas. Todo o conhecimento a respeito desse império foi difundido pelos griôs, que conservaram e transmitiram de forma oral e tradicionalmente  os aspectos dos esse império.

Falando um pouco mais sobre os povos propriamente ditos, os mandigas são na verdade um grande grupo de povos da África Ocidental, que tem por língua o grupo linguístico Mandê, assim como os Bambaras da República do Mali, os mandinkas de Gâmbia e os países vizinhos, os Diúlas ou Diolas, de Burkina e Costa do Marfim. Esses povos foram fortemente atingidos pelo tráfico e sua diáspora foi para as regiões das Antilhas e dos Estados Unidos.


Nesse pequeno artigo foram abordados um pouco sobre a formação política, aspectos físicos e comércios da África. Mas, assim como foi abrangido os povos mandingas, nos próximos textos serão apresentados outros povos importantes e que fizeram parte do povo brasileiro.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

ÁFRICA: UM CONTINENTE ALÉM DA ESCRAVIDÃO


O continente africano é uma região muito ampla e rica, cujas tradições culturais, religiosas, dentre outros aspectos influenciaram outros continentes, inclusive a América. Para início de conversar, quando falamos em “África”, não podemos deixar de mencionar os povos que ali viveram e vivem, mas vamos deixar um pouco de lado, em primeira instância, essa relação de África, somente entrelaçada com as questões da dominação europeia que levou muitas pessoas a serem escravizadas e foquemos um pouco na importância que esses povos tiveram para o desenvolvimento da humanidade.

Voltemos muitos séculos, lá nos povos antigos, mas precisamente no Egito antigo. Se pararmos para pensar, os egípcios são também africanos, pois seu país está localizado na África, tal como os brasileiros são americanos.


Os povos do antigo Egito contribuíram muito para o desenvolvimento da humanidade. Lá por volta de 5000 A.C já haviam descoberto uma técnica que é muito utilizada até os dias de hoje, a agricultura e pastoreio, que os ajudam muito a melhorar a condição de vida, pois não precisavam mais se deslocar de uma região para outra quando o alimento ficava escasso, os tornando, como se denomina na História de sedentários. Além disso, criaram um calendário que dividia o ano em três estações que eram os períodos das cheias do rio Nilo (as margens desse rio que utilizavam a agricultura), da semeadura e da colheita.

Os egípcios também eram artesãos, fabricavam vidro e os coloria; com o couro faziam os calçados, escudos e assentos; com os papiros confeccionavam cordas, sandálias; e com o bronze criavam armas, alavancas, cunhas, parafusos. Além disso, criaram a técnica da mumificação, ou seja, de conservação do corpo após a morte, principalmente dos faros, outra técnica utilizada até os dias de hoje.

A exuberante arquitetura egípcia é extraordinária, as tradicionais pirâmides, simetricamente construídas que estão intactas até os dias atuais. Sem mencionar a matemática, medicina e astronomia têm comuns para nossa era, mas com poucos recursos, eles conseguiram desenvolver essas ciências.
 Dessa forma, não podemos somente pensar em uma “África escravizada”, mas como um lugar que abriga muitos povos que foram importantes para o desenvolvimento de culturas, como a do Brasil.




A escravidão é um marco na História do Brasil e de muitos países . Todos nós já temos, nem que seja um pouco, do conhecimento sobre esse...