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Sabemos
que muitas etnias africanas vieram para o continente do Novo Mundo e uma delas
foram os Congos, mas em primeira instância será tratado aqui um pouco a
respeito desses povos em um Reino, o Reino do Congo que no início do século XV
suas terras abrangiam os territórios que
hoje em dia são ocupados pelo norte de Angola, sul da República do Congo e
Sudeste da República Democrática do Congo.
De
acordo com uma tradição do final do século XIII os bacongos, que eram os povos
que ocupavam o vale do rio Congo em meados do mesmo período e formavam o Reino
do Congo, que por sua vez eram unificados e fortes até a chegada dos portugueses
no século XV. Esses povos se sobrepuseram a outros povos menores.
Um
herói lendário desse reino Nimi-a-Lukeni expandiu os domínios através da
submissão de chefes locais por meio de guerras, alianças e extração de tributos
e com isso acabou assumindo o título de mani Congo (senhor do congo) e edificou
seu palácio na localidade Mbanza Congo e deu cada área conquistada a um membro
de sua linhagem.
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Sob sua liderança as regiões conquistadas foram transformadas em províncias que por sua vez, cada uma delas controlava várias aldeias que conservavam o poder familiar que as tinham fundado, para não afrontar as tradições que naquela região já existiam.
A
economia era baseada na caça, pesca e colheita de alimentos feitas pelos homens
que também abriam clareiras na mata para o cultivo agrícola com suas
ferramentas. Porém, a agricultura, desde a semeadura até estarem prontas para a
colheita eram feitas pelas mulheres. Eram cultivados legumes, tubérculos (batata-doce), frutas , tais como: banana, laranja, figo e ameixa e os cereais
como sorgo. Era também função feminina a criação de carneiros, cabras, galinhas
e bovinos. Além dessas atividades, os congos também se dedicavam ao artesanato
, forjavam o ferro para a elaboração de ferramentas e armas e, teciam panos coloridos com folhas
de ráfia, que eram as fibras da palmeira que são usadas geralmente para a
confecção de sacos para o transporte de pequenas cargas.
O
comércio dos congos era intenso, pois as caravanas partiam da capital para o
interior buscar e levar os produtos, especialmente o Ferro, o sal e o gado e os
preços eram fixados pelas autoridades. As aldeias (lubatas) e as cidades
(mbanzas) pagam tributos , os que habitavam o nordeste pagavam com alimentos e
tecidos de ráfia; da costa e do sul com sal; os do sudeste com o cobre; os da
ilha de Luanda, com nzimos que era um espécie de concha marinha que servia como
moeda e era pescada na própria ilha.
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Logo,
no decorrer desse pequeno texto pode-se perceber que aqueles que foram conhecidos
na América portuguesa como somente sendo um povo escravizado sem história, não
imaginavam muitas vezes que estes eram reis e rainhas nas regiões que habitam e
que por trás da corrente da escravidão escondiam uma rica cultura e história.
Fone: Livro: História sociedade e cidadania
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