A escravidão é um marco na História do Brasil e de
muitos países . Todos nós já temos, nem que seja um pouco, do conhecimento
sobre esse longo período que marcou a História. Aprendemos na escola ou até
mesmo em livros ou por outros meios que essas pessoas, foram capturadas e
trazidas às terras do chamado Novo Mundo em condições deploráveis, dentro de
porões de navios e que assim estiveram à mercê de doenças, já que não possuíam
uma alimentação adequada, água, um local para fazerem suas necessidades
fisiológicas entre outros aspectos. Sem mencionar o fato de muitos nem terem
conseguido chegar ao destino, pois morriam durante a viagem ou quando chegaram
se depararam com um trabalho que eram submetidos aos maus tratos.
Entretanto, não são esses aspectos que gostaria de
enfatizar, pois esses navios e essas terras não estão marcadas somente pelo
lado ruim desse momento histórico, pois dentro desses navios, os africanos
trouxeram com eles uma riqueza que jamais imaginaram que ajudaria na formação
de aspectos sociais de uma país. Essa riqueza que menciono é a cultura desses
povos, que vindos de diversas partes da África e chegando aqui se juntaram e
foram de tamanha importância para a formação cultural dos países que estiveram
e principalmente do Brasil.
Além disso, vale ressaltar que as marcas culturais
deixadas pelos africanos e outros povos que aqui no Brasil já habitavam, como
os índios, são percebidas até os dias de hoje. Logo, são esses aspectos
positivos que gostaria de enfatizar durante os textos que escrever,
principalmente sobre as práticas de cura utilizadas por esses povos africanos, que
muitas vezes os ajudaram a curar os males da alma e do corpo físico.
Tenho como objetivo, “apresentar” esses povos não só
como marcamos pela escravidão, mas como sendo pessoas que possuíam uma cultura
carregada em conhecimento que tivemos a felicidade de compartilhar até hoje,
seja através dos livros ou de seus descendentes.
Para escrever esses textos, me debruçarei em
diversos autores que se dedicaram a estudar a respeito desses povos e suas
práticas de cura, além de tentar me utilizar de meios como a entrevista com
alguns habitantes de quilombos ou até mesmo em Centros de Umbanda que possam
auxiliar em obter mais conhecimento sobre a cultura deixada por esses povos.